Depressão

Depressão | Cristiane Silvestrini

A depressão é uma patologia de difícil diagnóstico. Ela se assemelha a tantas outras patologias com comorbidades muito parecidas, sendo necessária uma análise muito criteriosa. A depressão afeta diretamente a saúde mental, a qualidade de vida e a vida social do indivíduo como um todo. Trata-se de um dos problemas de saúde mais recorrentes em todo o mundo, acarretando isolamento social, alterações do humor como tristeza, irritabilidade, a incapacidade de sentir prazer e apatia. A depressão pode acometer qualquer pessoa não importando o gênero, classe social ou idade. Esse diagnóstico pode também abarcar uma série dos mais variados quadros clínicos como alcoolismo, estresse, problemas do desenvolvimento psicossexual, transtornos fóbicos, sentimento de incapacidade de continuar na situação atual ou mesmo planejamento de ações futuras etc. Pode ainda ocorrer como resposta a situações estressantes, ou a circunstâncias sociais e econômicas adversas. 

Outro fator importante para observar um estado depressivo são as situações que envolvem o luto. Sabe-se que o luto não é apenas sobre a perda de pessoas queridas pelo viés da morte, mas também como términos e separações dos mais amplos aspectos. Inicialmente a pessoa é acometida por um sentimento de perda irreparável, e com isso, as fases do luto se apresentam. Sua reação vai depender de qual fase do luto a pessoa se encontra. As reações de luto normalmente podem se estender por até um ou dois anos. 

Embora a característica mais típica dos estados depressivos seja a predominância dos sentimentos de tristeza ou vazio, nem todos os pacientes relatam a sensação subjetiva de tristeza. Para alguns pode acontecer a perda da capacidade de experimentar prazer nas atividades em geral e a redução do interesse pelo ambiente associada à sensação de fadiga, perda de energia e a queixa de cansaço exagerado. 

Outra característica muito importante da depressão que as pessoas acabam não associando a ela é a irritabilidade e a agressividade. 

É muito importante saber diferenciar tristeza de depressão. Normalmente esse desconhecimento dificulta as pessoas a procurarem ajuda assim que os sintomas começam a aparecer. 

Sentir-se triste é uma reação natural às situações difíceis do cotidiano. Ao contrário do que muitos pensam, permitir que a tristeza possa chegar é bastante saudável.

O sentimento de tristeza acontece em resposta a um evento desagradável e este sentimento pode permanecer por horas ou mesmo dias. Na depressão as reações aos eventos são extremas, ou seja, a pessoa tem a sensação de que as coisas não irão melhorar e o mal estar não irá passar. Nesse caso, esse sentimento ruim pode durar meses ou até mesmo anos, mesmo quando as coisas que causaram a situação já foram resolvidas.

A depressão faz com que a pessoa se afaste de familiares e amigos. As tarefas simples e cotidianas tornam-se um fardo. Pode acontecer dessa situação evoluir para um quadro mais grave impedindo de que não haja disposição alguma realizar qualquer tarefa. Os pensamentos são distorcidos. A pessoa se sente culpada diante de situações ruins, se comparando com outras pessoas e, mesmo quando conquista algo positivo, não aceita que foi mérito próprio.

Esse quadro afeta pessoas de todas as idades, sem nenhuma distinção.

O efeito negativo que a depressão causa na pessoa pode levar ao consumo abusivo de álcool, drogas e outros vícios.

As crianças que sofreram traumas, que foram diagnosticadas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, dificuldade de aprendizagem e distúrbios de ansiedade podem se tornar pessoas com maior chance de desenvolver depressão.

A depressão na adolescência é um acontecimento muito delicado, pois nessa fase a chance de suicídio é muito comum. A falta de informação do diagnóstico dos filhos, ou mesmo, não perceber que algo não está bem com eles pode acarretar grandes catástrofes nesse período. Portanto quanto mais cedo iniciar o tratamento, maior a chance de evitar grandes perdas. A depressão é uma doença que remete a um convite para que a pessoa possa se permitir olhar para si e diminuir seu ritmo de vida.

O tratamento inicial envolve medicação e terapia. O psicólogo e o psiquiatra devem caminhar juntos no andamento do problema, pois os tratamentos são complementares, mas são fundamentais para a cura.

A eficácia do processo terapêutico ajuda muito nos episódios de tristeza cotidiana como também na depressão. Pois, a partir do entendimento dos sintomas e das angústias, será possível trabalhar os processos desencadeantes da doença favorecendo o autoconhecimento com a abertura de um novo modo de lidar com a vida.

Portanto a depressão é considerada pelos órgãos de saúde como um fenômeno complexo e multidimensional afetando diretamente a saúde mental, a qualidade de vida e a vida social do indivíduo como um todo. Trata-se de um dos problemas de saúde mais prevalentes em todo o mundo, acarretando isolamento social, constituindo fator de risco para suicídios, além de ser responsável por número crescente de afastamentos laborais.

Cristiane de Lourdes Jacóia Silvestrini é Psicóloga Clínica de abordagem psicanalítica e Psicanalista. CRP: 06/118299 (psicologa@cristianesilvestrini.com.br)

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